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O músico, dramaturgo e escritor brasileiro Chico Buarque recebeu nesta segunda-feira (24) o Prêmio Camões, a principal honraria da literatura em língua portuguesa. A cerimônia ocorreu no Palácio Queluz, em Lisboa, e contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do líder português Marcelo Rebelo de Sousa.
No discurso, Lula destacou a habilidade de Chico Buarque em transformar a vida cotidiana das pessoas em poesia e ressaltou que sua contribuição transcende seus notáveis feitos literários na língua portuguesa. Ele demonstrou que arte e cultura estão intimamente ligados à política e aos ideais de liberdade e democracia.
Chico Buarque é um escritor renomado, tendo publicado sua primeira novela, Fazenda Modelo, em 1974. Ele também é conhecido por seus livros infantis, peças teatrais e romances importantes como Estorvo (1991), Benjamin (1995), Budapeste (2003), Leite Derramado (2009) e Irmão Alemão (2014). Além disso, é autor das peças Roda Viva (1968), Calabar (1972), Gota D’Água (1974) e Ópera do Malandro (1978).
O Prêmio Camões foi estabelecido em 1988 por Brasil e Portugal e é concedido anualmente a autores cujas obras contribuem para a projeção e o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua portuguesa. Ele é organizado e financiado pela Biblioteca Nacional do Brasil e pela Secretaria de Cultura de Portugal e conta com um grupo seleto de juízes brasileiros, portugueses e africanos. O prêmio foi concedido a Chico Buarque levando em consideração sua produção literária como um todo, tendo ele recebido 100 mil euros.
Chico Buarque se mostrou honrado por ser reconhecido tanto no Brasil como um compositor popular quanto em Portugal como um “gajo” que pediu por um cravo e pelo cheiro de alecrim na música Tanto Mar. No ano passado, ele foi agraciado com o 31º Prêmio Luiz Vaz de Camões de Literatura, mas a entrega não contou com a assinatura do então presidente Jair Bolsonaro. Lula corrigiu essa injustiça ao entregá-lo pessoalmente ao artista. Durante seu discurso, Chico Buarque mencionou os autores e artistas brasileiros “humilhados e ofendidos” nos últimos anos por causa da estupidez e do obscurantismo prevalecentes no país.
Chico Buarque é o 13º brasileiro a receber o Prêmio Camões depois de personalidades literárias como Raduan Nassar (2016), Ferreira Goulart (2010), Lygia Fagundes Telles (2005) e Jorge Amado (1994). Em 2022, o ensaísta, poeta, professor, contista e romancista brasileiro Silviano Santiago foi agraciado com o prêmio.
O presidente Lula está em Portugal desde sexta-feira (21) em visita oficial. Após a cerimônia do Prêmio Camões, ele participará de uma recepção na residência oficial do Brasil em Lisboa e será homenageado em uma sessão solene da Assembleia da República Portuguesa na terça-feira (25). A comitiva brasileira seguirá para Madri, capital da Espanha, onde também fará visitas oficiais com eventos programados até quarta-feira (26).
pessoas em poesia e destacou que sua contribuição transcende seus feitos literários, mostrando que arte e cultura estão ligados à política e aos ideais de liberdade e democracia. A cerimônia contou com a presença do chefe de Estado Luiz Inácio Lula da Silva e do líder de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e Chico Buarque se mostrou honrado por ser reconhecido tanto no Brasil quanto em Portugal. O Prêmio Camões é organizado e financiado pela Biblioteca Nacional do Brasil e pela Secretaria de Cultura de Portugal e conta com um grupo seleto de juízes brasileiros, portugueses e africanos.
