Mestre em Letras relaciona Machado de Assis à cultura afrodiaspórica

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O especialista em Letras, Ronald Augusto, publicou um artigo que analisa a relação entre a escrita de Machado de Assis e a cultura afrodescendente no Brasil. O autor destaca que um dos traços marcantes do estilo de Machado é a dissimulação, que pode ser entendida como a transfiguração de um modo negro-brasileiro de existir no mundo, como por exemplo, o jogo da capoeira enquanto forma de filosofia prática.

De acordo com o crítico literário Luiz Costa Lima, as crônicas escritas por Machado para a Gazeta de Notícias seguem a perspectiva nietzschiana, que defende que a história sobrecarrega a memória e torna a inteligência lenta. Por isso, as crônicas escritas pelo autor recebem os golpes transfiguradores da sua ginga, “a capoeira da palavra”.

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Augusto questiona como essa estética pode ser relacionada ao jongo e ao terreiro com as poéticas e filosofias específicas da diáspora. Para responder essa questão, o autor utiliza as ideias de Henrique Freitas sobre o conceito de literatura-terreiro.

Freitas defende que a noção de disfarce é um processo estruturante das formas de vida e pensamento dos negros no Brasil, como forma de resistência ao controle colonial. A dissimulação exerce seu jogo tanto no espaço público quanto no privado; seu discurso nega afirmações e contradiz que são acompanhados pela marcação piscar de olhos aos iguais, uma senha de uma metalinguagem para indicar que suas palavras não devem ser levadas a sério quando na verdade é o contrário.

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O jongo tem origem na região africana do Congo-Ang. Segundo Augusto, tudo está relacionado ao pensamento vivo do corpo negro e suas estratégias de sobrevivência por meio de uma estética e eticidade radicalmente pansemióticas e conviviais.

Em resumo, o artigo de Ronald Augusto explora a relação entre a escrita de Machado de Assis e a cultura afrodescendente brasileira, destacando a importância da dissimulação como forma de convivência ou resistência ao controle colonial. O autor também aborda as ideias de Henrique Freitas sobre o conceito de literatura-terreiro e a origem do jongo.

Notícia: O artigo de Ronald Augusto aborda a relação entre a escrita de Machado de Assis e aspectos da cultura afrodescendente brasileira, destacando a importância da dissimulação como forma de convivência ou resistência ao controle colonial.
Estilo de Machado: Escrita da dissimulação, transfiguração de um modo particular negro-brasileiro de ser-no-mundo, o jogo da capoeira enquanto forma de filosofia prática.
Crônicas de Machado: Recebem os golpes transfiguradores da sua ginga, “a capoeira da palavra”.
Jongo: Origem na região africana do Congo-Ang. Relacionado ao pensamento vivo do corpo negro e suas estratégias de sobrevivência por meio de uma estética e eticidade radicalmente pansemióticas e conviviais.
Henrique Freitas: Defende a noção de disfarce como processo estruturante das formas de vida e pensamento dos negros no Brasil como resposta ao panoptismo colonial. A dissimulação exerce seu jogo tanto no espaço público quanto no privado.

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